14 curiosidades sobre “Aliens, O Resgate”

Filme de James Cameron fez jus ao original, de Ridley Scott, e criou novo parâmetro para continuações no cinema.



James Cameron assumiu a bronca de levar a cabo a continuação da aclamada ficção científica “Alien – O Oitavo Passageiro” (1979), que catapultou a carreira de Ridley Scott como diretor (até então, só tinha um longa-metragem no currículo: “Os Duelistas”). A sequência “Aliens – O Resgate”, que continuava com a atriz Sigourney Weaver como protagonista, estreava nos Estados Unidos há mais de 30 anos (no Brasil, ocupou as salas de cinema a partir de 18 de dezembro).
Scott, que em 1982 dirigiria outro ícone da ficção científica, “Blade Runner”, fez um filme assustador. Cameron, porém, atingiu o que os críticos da época descreveram como “a guerra do Vietnã no espaço”. Uma continuação cheia de reverência ao original, mas que tomou outro caminho: o da ação. Tornou-se tão clássico quanto e arrecadou mais de US$ 131 milhões em todo o mundo.
O filme concorreu a sete Oscar, incluindo na categoria melhor atriz, para Sigourney, a primeira indicada por um filme de ação. Acabou levando dois, por edição de som e efeitos visuais.
O filme é ambientado em 2179 e parte de onde Ridley Scott parou. Ellen Ripley (Sigourney Weavear) está vagando com a nave Narcissus. Quando é resgatada, descobre que se passaram 57 anos e, perdida, acaba integrando uma missão até o planeta LV-426, liderando um bando de militares, a pedido de Burke (Paul Reiser) e do tenente Gorman (William Hope). Toda a população foi dizimada, com exceção da menina Newt (Carrie Henn), a quem Ripley se apega.

História

Cameron foi contratado pela Fox para escrever a continuação antes da pré-produção de “O Exterminador do Futuro” (1984), trabalho que o projetou internacionalmente. Conseguiu escrever 90 páginas de “Aliens” antes de precisar se dedicar integralmente ao filme com Arnold Schwarzenegger. O material era tão promissor que os estúdios resolveram congelar “Aliens” até que ele estivesse livre para voltar. A produção foi de sua então mulher, Gale Anne Hurd.
Se o gênero da sequência mudou de horror para ação, os sets não refletiram isso. O filme foi rodado na Inglaterra e a equipe, quase toda ligada a Ridley Scott, não aceitou o novo diretor e tornou a produção infernal. “O Exterminador do Futuro” ainda não havia sido lançado e Cameron era desrespeitado no estúdio. Ele chegou até a programar uma exibição de “Terminator” para provar sua capacidade técnica e criativa aos colegas. Pouca gente se dignou a comparecer à sessão. O estilo de trabalho dos ingleses também conflitava com o dos americanos. As pausas para o chá enlouqueciam Cameron.

1- Esse foi o único filme da menina Carrie Henn.



A atriz que interpretava a pequena Newt tinha apenas nove anos quando filmou a história. Americana, ela morava com os pais na Inglaterra e nunca mais trabalhou como atriz: tornou-se professora. Carrie encarou tudo como brincadeira. Na cena em que tem que deslizar por um duto, ela dava um jeito de estragar a tomada para que tivesse como escorregar novamente pelo tubo. Para convencê-la a completar a cena, James Cameron disse que ela poderia brincar no cenário o quanto quisesse se terminasse o trabalho. Ela se comportou e ele cumpriu a promessa.

2- O set do ninho alien foi mantido intacto após o fim das filmagens.




O cenário foi usado em “Batman” (1989), de Tim Burton, como base para a fábrica Axis Chemicals.

3- Sigourney Weaver era uma “mãezona’ para os colegas.



“Alien – O Oitavo Passageiro” foi o primeiro grande projeto de Sigourney no cinema, mas, à altura da filmagem do segundo, ela já tinha adquirido experiência. Os jovens atores, incluindo Bill Paxton e Paul Reiser, acabaram ficando próximos da atriz. Ela até desenvolveu um ritual: entregava um buquê de flores para o intérprete do personagem cuja morte fosse filmada naquele dia. Reiser, porém, ganhou um de flores mortas. A atriz também foi alvo de brincadeiras da equipe. Em uma das cenas de batalha com os aliens, colocaram um pequeno balão que se enchia de ar em suas costas. A intenção era que ela achasse que o operador das máquinas estava mais animado do que deveria.

4- Aliens primatas.



Os gritos dos aliens eram guinchos – modificados – de babuínos.

5- Muitos operadores para a Rainha Alien.



A grande vilã/nêmesis de Ripley necessitava de 14 a 16 operadores para funcionar.

6- Sigourney quase não topou.



Sigourney Weaver estava bastante hesitante em assumir o papel de Ripley novamente e rejeitou as ofertas da Fox. Mas ficou muito bem impressionada com o script de James Cameron e voltou. Ela colaborou bastante na construção da personagem no novo filme, segundo contou Cameron, dizendo o que, na sua visão, Ripley faria em cada situação. Sigourney ainda pediu a Cameron três coisas em “O Resgate”: não usar armas, morrer e fazer sexo com um alien. Seus desejos só foram realizados em “Alien” (1992) e “Alien – A Ressurreição” (1997).

7- Objeto de museu.




Um dos ovos alien que foi mostrado no filme está em exibição no Instituto Smithsonian, complexo de museus em Washington.

8- Sem opinião prévia do público.



O filme jamais teve sessões teste. Não por confiança exacerbada de Cameron, mas porque a edição atrasou e só ficou pronta uma semana antes da estreia oficial.

9- Do início.




Nenhum dos modelos originais da nave Narcissus, que aparece no primeiro filme e onde Ripley começa o segundo, foi encontrado. Os designers tiveram de assistir ao filme original e refazer a nave e seu interior a partir das cenas, desde o início.

10- Briga com o compositor.




O compositor James Horner entrou em atrito com James Cameron muitas vezes na pós-produção do filme por ter tido muito pouco tempo para trabalhar na trilha sonora. Ele contou ter sido forçado a adaptar coisas que já tinha escrito, como a trilha dos episódios II e III de “Jornada nas Estrelas”. O próprio cineasta fez alguns cortes para que a trilha coubesse em sua edição. Horner achou que jamais trabalharia com o diretor novamente, mas fez a trilha de “Titanic” (1997) e de “Avatar” (2009).

11- Collants de aliens.




Apenas seis fantasias de aliens – nada mais que um punhado de látex aplicado a collants, para garantir a mobilidade dos intérpretes – foram utilizados em cena. Dançarinos e dublês compuseram o exército alienígena. Manequins de mais de 2 metros de altura também foram base para os inimigos em cenas mais violentas. A edição e a iluminação fizeram com que parecesse o exército que vemos na tela. A lama das cenas também ajudou a dar firmeza às roupas.

12- Treinamento com a elite britânica.



Todos os atores que interpretaram soldados (com exceção de Michael Biehn, que substituiu James Remar quando as filmagens já haviam começado) foram treinados por duas semanas pela SAS (Special Air Service), a unidade de elite da Grã-Bretanha. Apenas Sigourney, Paul Reiser e William Hope não participaram, por escolha de Cameron, que queria que o trio parecesse deslocado em relação à tropa.

13- Sigourney Weaver ganhou uma forcinha.



A protagonista não teve que carregar a atriz Carrie Henn o tempo todo: a produção fez um boneco do tamanho da menina para não exigir tanto da atriz, que ainda tinha que carregar armas. Sigourney tinha uma visão bem-humorada sobre o número de coisas que tinha que fazer em cena e deu a si mesma o apelido “Rambolina”. “A Escola de Drama de Yale certamente não me preparou para isso, mas foi interessante!”, afirmou. “Eu senti na verdade que o uso das armas foi muito difícil para mim. Eu tive uma inesperada e muito desconfortável reação a atirar e matar coisas”, disse. As cenas exigiam treinos de tiro diários.

14- Intoxicação alimentar.



A combinação de leite e iogurte que o androide Bishop solta pela boca quando é atingido pela Rainha Alien causou uma intoxicação alimentar ao ator Lance Henriksen. Os líquidos ficaram expostos às altas temperaturas do estúdio e acabaram estragando.
Créditos: GAZETA DO POVO

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